HISTÓRIA de CENDUFE
A cerca de 9 Km da sede do concelho, na margem direita
do rio Lima, a freguesia de Cendufe ocupa uma área de aproximadamente 211 ha, área que, em grande parte, se estende por terras
montanhosas donde, por esse aspecto, se desfrutam de lindíssimas paisagens sobre o vale do Lima, principalmente, mas também
sobre a parte final do vale do Vez. Os seus limites estão estabelecidos da seguinte forma: a norte com a freguesia de
Miranda, a nascente com a de Padreiro (Salvador) e Padreiro (Sta Cristina), a sul com Jolda (S. Paio) e Jolda
(Madalena), e a poente com a de Rio Cabrão.
Integra os lugares de Rouça, Agrelos, Outeiro, Vila Boa, Ribeiro, Lage, Costa,
Bouças, Rodalho, Fábrica, Casais, Mourigo, Boucinha, Devesa, Monte, Couto, Soutelo, Portela, Chamadouro, Mengo, Espadanal
e Castro.
Muito apreciado na freguesia o Túmulo do Sábio última memória de um pároco que, segundo os locais, houvera alcançado
a sabedoria.
Cendufe, nas inquirições de D. Afonso III era designada
de Sancti Jacobi de Rodalio, e no tempo de D. Manuel aparece já como Cendufe.
Sabe-se que Cendufe foi habitada muito antes da
nossa nacionalidade. O Castro de Cendufe é bem prova disso.
Eugénio de Castro Caldas no livro Terras de
Valdevez e Montaria do Soajo ao fazer referencia aos castros de Arcos de Valdevez diz que talvez o mais importante seja o
Castro de Cendufe, cuja «estatutária» Félix Alves Pereira estudou, e que o referido arqueólogo arcuense entregou certos fragmentos
de peças encontradas nesses castros ao Museu Etnológico Português.
Os abades eram da apresentação da mitra e antes
do convento de S. Domingos, de Viana. Segundo Américo Costa, Santiago de Cendufe foi abadia da apresentação do Convento de
São Domingos de Viana, com reserva do Ordinário.
Em 1320, no catálogo das igrejas do bispado
de Tui, ao norte do Rio Lima, que o rei D. Dinis mandou elaborar, para a determinação da taxa a pagar, Cendufe aparece com
110 libras. No aludido documento denomina-se "ecclesiam Sancti Jacobi de Cenduffe". Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença,
desde o rio lima até ao Minho, foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta.
Em 1512, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, bispo de
Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.
Para a incorporação dos 140 benefícios eclesiásticos de Entre Lima e Minho na
diocese de Braga, D. Diogo de Sousa mandou proceder à sua avaliação. Cendufe rendia 39 réis e 60 alqueires de pão.
Em 1546, no Memorial do vigário da comarca de Valença, Rui Fagundes, Santiago
de Cendufe era anexa a São Salvador de Padreiro, assim como Santa Cristina. As três igrejas, conjuntamente, foram avaliadas
em 60 mil réis.
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580 que o Padre Avelino Jesus
da Costa analisou para a elaboração do seu livro "A Comarca Eclesiástica de Valença do Minho", refere que Santiago de Cendufe
estava anexa ao mosteiro de São Salvador da Torre, sendo da sua apresentação.
Segundo Américo Costa, Santiago de Cendufe foi depois abadia da apresentação
do convento de São Domingos de Viana, com reserva do Ordinário.
Chamou-se Cendufe e Rio Cabrão por estas duas freguesias terem estado anexadas
desde 1864 até 1900.
Segundo alguns autores já no ano de 1853 esta freguesia aparecia anexada à de
Rio Cabrão. Fez parte do julgado
de paz de Távora.
Em 1839, pertencia à comarca de Ponte de Lima e, em 1852, à de Arcos de Valdevez.
( Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Inventário Colectivo dos Arquivos
Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo e Freguesias Autarcas do Século XXI, Terra de Valdevez e Montaria
do Soajo)